WEBINAR Presidente da AHEG e FBH debate sobre o impacto do coronavírus no setor hospitalar - Notícias - AHEG - Associação dos Hospitais do Estado de Goiás

Notícias

WEBINAR Presidente da AHEG e FBH debate sobre o impacto do coronavírus no setor hospitalar

Publicado em : 26/06/2020

O presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH), Adelvânio Francisco Morato, foi um dos palestrantes da webinar que debateu ‘O Impacto do coronavírus no setor saúde e a Gestão de Crise nos hospitais’. O evento, realizado nesta quarta-feira, 24, pela Associação dos Hospitais do Estado de Goiás (AHEG), também contou com as palestras de Ivan Lima, CEO do Grupo KBL Contabilidade, que abordou a importância do Compliance Tributário em momentos de crise; e de Allan James Paiotti, diretor Executivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, unidade que vem desenvolvendo um trabalho de referência no estado de São Paulo na assistência a pacientes com Covid-19.

Morato destacou os efeitos econômicos da epidemia no funcionamento da rede suplementar. Ele expôs as dificuldades financeiras que grande parte dos hospitais de pequeno e médio porte do país estão enfrentando, em decorrência da suspensão temporária dos procedimentos eletivos, e também manifestou preocupação com milhares de pessoas que tiveram seus tratamentos interrompidos neste momento de crise sanitária. 

“A rede hospitalar privada corresponde por 62% de todos os atendimentos realizados na rede pública. Quando decidiram suspender os procedimentos eletivos por conta da pandemia, não nos procuraram para ouvir o que tínhamos a dizer. Como consequência, os hospitais tiveram uma queda considerável de 30 a 40% em suas receitas. Muitos ainda estão atuando ociosos, com apenas 30% de sua capacidade operacional”, destacou o presidente da FBH.

Para Morato, é imprescindível que as atividades do setor saúde sejam retomadas, sobretudo porque a rede já está devidamente preparada para retomar os atendimentos nas demais especialidades, com protocolos que garantem segurança a pacientes e profissionais de saúde. Ele também aproveitou para reiterar o posicionamento da FBH em relação à apatia de governos municipais e estaduais na celebração de parcerias público-privadas no enfrentamento da pandemia.

“Se desde o início fosse adotada a medida de contratar leitos da iniciativa privada, que já estavam devidamente prontos para receber pacientes, ao invés de fazer hospitais improvisados de campanha, teríamos, acredito, um cenário mais otimista em relação ao atendimento da população e à própria saúde financeira dos estabelecimentos”, destacou o presidente da FBH.

De acordo com ele, a pandemia deixará sequelas em muitas gestões hospitalares se uma atenção maior ao setor não for dada agora. “Por isso a FBH não tem medido esforços  para obter linhas de créditos especiais junto ao Governo Federal para o socorro aos hospitais de pequeno e médio porte. Se nada for feito, os hospitais poderão fechar, pois já há uma estimativa de perdas para o setor hospitalar de cerca de R$ 18 bilhões e, como consequência, a possibilidade de haver mais de 350 mil demissões”, advertiu Morato.

REFERÊNCIA
Se por um lado a crise tem impactado severamente na saúde financeira dos hospitais, por outro, tem possibilitado também o surgimento de experiências inovadoras e aprendizados gerenciais que deixarão legados para os anos vindouros. Em sua apresentação, o diretor Executivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Allan James Paiotti, mostrou como planejamento técnico e engajamento operacional foram imprescindíveis na criação de um Comitê de Crise e na construção de um plano de ação para a unidade. Com mais de 120 anos de fundação, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz é um dos mais importantes complexos hospitalares do estado de São Paulo. 

O plano foi estruturado em quatro frentes de atuação: Gente (voltada à qualificação dos profissionais e dos protocolos assistenciais); Processos e Infra-estrutura (focada na segregação, fluxos, insumos, suprimentos, logística para profissionais); Comunicação (apontada por Allan Paiotti como a mais desafiadora das áreas, porque requer a gestão do estresse e o engajamento das equipes); e a Sustentabilidade (que analisa os impactos financeiros da crise).

“A crise foi dura, tem sido dura, mas acredito que sairemos muito mais fortes. Acredito que internamente tiramos muito aprendizados e um deles é que precisamos aprender a conviver com incertezas”, refletiu Allan Paiotti.

Acompanhe todas as informações sobre o evento, conteúdos e participantes.